quarta-feira, 20 de julho de 2016

Quando fugir é o melhor caminho!


Num dos posts anteriores, quando eu falava sobre as pessoas que conheci por aqui escrevi: “Gente que fugiu…da família; de um amor não correspondido; de uma graduação que odiava ou de um trabalho que não fazia mais sentido. Gente que fugiu de si mesmo para tentar se reencontrar.”

Eu nao escrevi isso à toa não! Conheci cada um dos protagonistas das fugas acima citadas e
desde que cheguei por aqui tenho encontrado gente que está fugindo…
Fugindo de alguém, de alguma coisa, uma situação ou até delas mesmas.
Dos seus sentimentos, suas angústias e medos! De suas dúvidas e das certezas também.
Das memórias do passado. Lembranças de alegrias que queria continuar sentindo ou de tristezas que queria esquecer. Daquela voz que sussurra coisas que a pessoa quer apagar ou do coração que teima em mudar a rota, porque ele sim, sabe onde quer chegar.

Tem gente que foge tanto que acaba se perdendo...
Se perde no tempo e no espaço.
Perde o timing.
Perde o foco e a motivação.
Perde o propósito e perde até o chão.
Se perde no plano de fuga e muitas vezes não sabe nem mais do que está fugindo e quando já seria uma boa hora de parar!
Perde o presente e talvez até o futuro, na tentativa de se desconectar do passado.

E neste momento, do alto de nossa “sabedoria milenar” startamos o nosso modo julgamento e mal acreditamos como as pessoas podem fugir assim?!?!
“Porque problema a gente tem que enfrentar!”
“Medo é para os fracos! E se está com medo tem que ir assim mesmo…”
“E como assim a pessoa nao sabe lidar com os próprios sentimentos? Que absurdo!”
“Fugir nunca é o melhor caminho! Sempre tem outra solução!”

E aí eu te pergunto, será?
Será que fugir não pode mesmo ser o melhor caminho?
Será que a gente tem sempre que enfrentar, que ser forte e corajoso?
Levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima?
Ah… não tem não… Essa é a minha singela opinião!
Porque para mim tem hora para tudo nessa vida e tem momentos que sim, fugir é a melhor opção!

De que adianta enfrentar alguém, algo ou até você mesmo e se estraçalhar inteiro?
Onde você acha que uma pessoa pode chegar mergulhando em algo que agora, não está preparada para enxergar?
Ou ainda sacar uma solução fantástica, aos olhos dos outros, mas que ela sabe que aquilo não vai vingar?

Porque fugir pode ser nobre sim!
Fugir pode ser o melhor caminho, a melhor opção, a escolha certa, para aquele momento, aquela situação…Fugir faz parte da jornada.

É na fuga que a gente prepara as “armas” para o enfrentamento; recarrega as baterias; estuda a situação e define a melhor estratégia.
É na fuga que a poeira assenta, a adrenalina diminui, as idéias começam a se reorganizar.
É na fuga que a coragem nasce e vai ganhando "corpinho"!

E a gente pode fugir para qualquer lugar…
Pode ser para longe ou para perto. Pode ser uma fuga externa ou interna. Sozinho ou acompanhado.
A gente pode se movimentar ou nem sair do lugar. Pode ser uma fuga rápida ou demorar… 
O importante é a gente saber que uma hora é preciso voltar!


Se cuida e Let it be!





sexta-feira, 15 de julho de 2016

Expectativa é a mãe da m....!


Sabe o Aurélio? Então, ele fala que expectativa é “esperança baseada em supostos direitos, probabilidades, pressupostos ou promessas. Ação ou atitude de esperar por algo ou por alguém, observando.” Sempre gostei desse moço, ele sabe o que fala!

Eu adoro ouvir histórias, conhecer as pessoas por trás das histórias, perceber as emoções envolvidas nos fatos, conectar aquelas histórias com as minhas e aprender algo.
Gosto de dar um “pitaco” também! Ajudar, dar idéias, puxão de orelha, choque de realidade (com e sem amor a depender da necessidade do freguês) e sou boa nisso sabia… Eu sei e as pessoas também sabem. É coisa de energia (eu acredito, desculpa aí quem não!).

Por aqui tudo potencializa, principalmente as histórias vividas, ou não…
Problemas pequenos viram dramas, um gesto gentil se transforma num convite, um sorriso numa paixão repentina. A gente se apega à tudo, gargalha por muito pouco e chora por quase nada…
Você deve estar aí pensando, mas é claro, as pessoas estão mais sensíveis, mais vulneráveis, num ambiente desconhecido e eu concordo, mas não acredito que este seja o motivo principal. Para mim o que pesa mesmo é o fato das pessoas terem deixado boa parte de suas “máscaras” em casa e estarem com a cara e com o coração mais expostos às transformações que uma viagem pode proporcionar.

Nas últimas semanas eu ouvi muitas histórias! Das mais simples, às mais “cabeludas". Das mais previsíveis, às mais surpreendentes. Umas que a gente tem certeza que é mentira e dá aquele sorrisinho como quem diz aham e outras que parecem filme de Harry Potter, que quase não dá para respirar até a próxima cena.
Histórias contadas pelos protagonistas, pelos expectadores, ou pelo velho e bom “telefone sem fio”. Contadas na mesa do bar, cochichando na porta da sala de aula ou numa esquina qualquer, quando a gente encontra alguém pelo mero acaso e o papo rende…

De todas as histórias, o “terror dos 15 dias” é quase unânime. Lágrimas e ranger de dentes e não importa a nacionalidade, idade, cor dos olhos ou religião, o povo sofre!
Chega a ser desesperador, mas depois passa… Parece um script, um filme que se repete, se repete, se repete, com mesmo início, meio e fim.
Mas tem uns “gatos pingados” que não sofrem desse mal não. Por que será? O que eles tem de especial? 
Nada! Eles só não tem expectativas!

O moço lá do início do texto, o Aurélio, já dizia em outras palavras que “expectativa é a mãe da merda”, porque nao tem jeito gente, quanto maior a expectativa, maior a distância em relação à realidade e consequentemente maior a frustração.

E nao estou aqui fazendo apologia à desesperança ou ao abandono dos sonhos.  O que estou dizendo é que expectativa tem tudo a ver com probabilidades, pressupostos, promessas, espera, ou seja, a expectativa é e sempre sera diferente da realidade (para melhor ou para pior) e se você nao estiver consciente para isto, ferrou!


Troque sua expectativa por apreciação e o mundo mudará instantaneamente, recomendou Tony Robbins e foi isso que essa meia dúzia de “gatos pingados” fez quando chegou aqui, parou de “cobrar” que as pessoas, lugares, situações, sentimentos fossem como eles "expectavam” e passou apreciar a realidade como ela é, verdadeiramente!



Ps: Tá curioso(a) para saber se eu sofri do "terror dos 15 dias"? Sofri não... Eu já tava vacinada e conhecia o Tony Robbins...



Se cuida e Let it be!



segunda-feira, 11 de julho de 2016

Desapega e let it be...



É impressionante a capacidade de adaptação que nós humanos temos, mas só e somente só, quando queremos!
Para aí e pensa por quantas poucas e boas você já passou? Quantas situações teve que enfrentar, que chegou a pensar que não sobreviveria? (aqui vou aceitar um pouco de exagero!). O quanto você já se adaptou, mudou e se transformou até chegar aqui? Faz uma pausinha aí e pensa...

Um dia, quem sabe, sentamos embaixo de uma mangueira e te conto as minhas “poucas e boas” ou quem sabe seria melhor dizer, as minhas “muitas e ótimas”.
Muitas, porque quando se tem a minha idade (37 para quem não sabe), o Universo já teve tempo suficiente para bastante “faceirices”. E ótimas porque todas, cada uma delas do seu modo, serviu para me transformar em quem estou hoje. E isso é ótimo!

Quem convive comigo já deve ter me ouvido dizer que “a gente se adapta à tudo nessa vida”. Eu já acreditava muito nisso, mas agora, depois desta viagem, estou com muita vontade de tatuar esta frase na testa (brincadeira mãe! ;))
E adaptação por aqui vem precedida de desapego, ou pelo menos deveria, porque se não rolar desapego, é sofrimento na certa (desculpa avisar assim depois que a festa já começou, mas é o que é).

Uma das “faceirices” boas do Universo (porque ele não é só má, pelo contrário..) é colocar pessoas especiais na vida da gente e disso não posso reclamar, já tive muitas. Tantas passaram; umas ficaram; outras vão e vem...
É aquela pessoa que você gosta de graça sabe? Que parece que esteve na sua vida desde sempre? Que você dá a roupa do corpo; a comida do prato?
Pois é, por aqui estou sendo presenteada também e um destes “exemplares” está voltando pra casa nos próximos dias e isto me fez pensar em desapego, que tem tudo a ver com Let it be!

Basta dar uma “futucada” pelas redes sociais para encontrar muita coisa sobre desapego: frases de efeito, dicas, vídeos, fórmulas mágicas...então por isso não vou ficar perdendo o nosso tempo discorrendo sobre o tema. Vou ser simples, objetiva e usar o meu “achismo” sobre o desapego, como referência.

Desapego para mim é ficar feliz quando o outro vai embora, mesmo sabendo que há chances dele nunca mais voltar... É preparar uma festa de despedida; convidar os amigos e celebrar, porque se para o outro é melhor, porque não desapegar?
Desapego é olhar para trás para encontrar momentos únicos e guarda-los na memória e no coração. É viver, deixar fluir, deixar acontecer naturalmente, porque o tempo se encarrega de tudo. De TUDO! Acredite em mim!

Mas a verdade é que o desapego é muito bonito no papel, dá pra fazer umas rimas legais, dá ibope, o povo gosta do tema sabe, mas também dá um trabalho... Gera um incômodo...Dá um medinho...
Porque a gente sempre acha que desapego tem a ver com ausência, com saudade, com mudança, palavras que por si só já geram um apertinho no coração (gente, e aqui vou me ater a falar somente do apego às coisas boas tá bem? Porque apego às coisas ruins – confessa que eu sei que você tem, todo mundo tem - vale um post específico).

Mas deixa eu te contar, por aqui não tem jeito não, vai com incômodo, medinho e aperto no peito mesmo.
Porque todo dia tem gente chegando e gente partindo. Mudando de sala, trocando de nível, indo para outra cidade, voltando para suas casas...
Lembra daquela sensação que você teve quando saiu do ensino fundamental e foi para o ensino médio? Que o povo “espalha” e a gente perde completamente as referências? Não sabe mais com quem vai fazer a “dupla”, com quem vai almoçar, se as pessoas vão gostar de você, se vai fazer amigos, se o professor é camarada (ô Meu Deus!!!!)... Então...aqui eu vivo isso toda semana!

E essa semana com o retorno do Rafa (I will miss you little brother) e com o “convite” (antecipado) da minha professora para que eu mudasse, mais uma vez de sala (eu sei que era melhor, estrelinha dourada, mas eu gostava tanto dos meus novos amigos...) eu vivi na pele o quanto a vida fica mais fluida quando a gente se desapega, com o maior amor do mundo e a certeza de que a sua maior referência deve ser você.

Porque desapego não é falta de amor. Desapego não é abrir mão. Desapego não é tristeza, nem solidão. Desapego é ser grato pelos “presentes” que o Universo nos dá, aceitando o tempo que eles devem ficar.


Desapega e let it be!                 



terça-feira, 5 de julho de 2016

E o que mais você precisa para estar feliz???



E o que mais você precisa para estar feliz???
Tá pra nascer perguntinha mais “do mal” do que esta... Ainda mais quando vem acompanhada de uma cara de quase desapontamento e um pensamento não dito (ou algumas vezes dito): “...mas porque cargas d’água você ainda não tá feliz?”
Mas a m... fica ainda maior quando a resposta é um redondo, sonoro e insistente: “Não sei...” 
É isso mesmo: E-U N-A-O S-E-I!!!!!!!!!

Levanta a mão aí quem conhece alguém que largou um salário de 5 dígitos, numa multinacional e foi viver de fazer cupcakes? Um outro que conseguiu uma licença e foi fazer trabalho voluntário na África? Ou mesmo alguém que foi morar em outro país e se ocupa de uma atividade que ninguém (inclusive ele ou ela) poderia imaginar (tipo aquela amiga que nunca lavou a própria calcinha e vai ser housekeeper ou nanny)...

A verdade é que estou cada vez mais convencida de que a gente precisa de muito menos do que imaginamos para estar feliz. E aqui chamo atenção para o verbo ESTAR, porque acredito que a felicidade tem variações no espaço e no tempo e que quem procura a felicidade plena, inabalável, vai encontrar somente nas propagandas de margarina. 

Soa surreal para você alguém que troca uma casa mobiliada, decorada e perfumada por um quarto alugado na casa de alguém que nem conhece? Ou deixa seu carrinho fofo e confortável na garage e vai pegar ônibus and metro, duas, quatro, seis vezes por dia? E mais, troca uma situação que domina completamente (idioma, costumes, lugares, pessoas…) e se joga (de cabeça) numa situação totalmente desconhecida? 
Então…isso descreve bem o meu momento!

Eu não tinha ideia de como seria…
Eu, que adoro ouvir a história de vida por trás das pessoas, me intrigava e descobria cada vez mais, em cada papo de sala de aula, mesa de pub ou na espera do metro...
Tenho a sensação que minhas duas primeiras semanas duraram um mês, de tão intensas que foram. E ainda morro de rir quando lembro da mensagem que recebi da minha agente/anjo da guarda perguntando se eu “tava viva” porque eu tinha chegado há dias e ainda não tinha dado notícias.

Eu não tinha ideia de quanta gente eu conheceria…
Conheci gente amando e gente odiando: o lugar, o clima, as pessoas, a comida, os hábitos…
Gente que chorou todos os dias no início e que agora não quer mais voltar.
Conheci gente que fez grandes amigos e gente que entrou mudo e saiu calado.
Gente que aprendeu inglês, aprendeu a lavar e passar, a pedir ajuda e a se virar sozinho.
Conheci gente que se encontrou e gente que se perdeu, de vez!
Conheci gente que voltou correndo quando um antigo amor chamou e gente que encontrou novos amores por aqui.
Gente que fugiu…da família; de um amor não correspondido; de uma graduação que odiava ou de um trabalho que não fazia mais sentido. Gente que fugiu de si mesmo para tentar se reencontrar.

Mas todas estas pessoas, toda essa gente, independente da idade, da nacionalidade, do que encontrou ou do que veio buscar, saiu daqui com a certeza de que é preciso muito menos do que se imagina para sentir o calorzinho da felicidade no coração.


Basta o sorriso inesperado de um estranho; um abraço gostoso num dia chuvoso. Ouvir a voz de quem a gente ama ou uma brincadeira de criança que te relembra a infância. 
Basta que a gente se abra e deixe o pouco, que se torna suficiente para momentos de felicidade, acontecer! Let it be…


Ps1: Essa foto foi tirada em Porteau Cove. Lugarzinho perto de Vancouver que vale muito a pena conhecer!


Se cuida e Let it be!