Vivemos
numa era de ‘super homens’ e ‘mulheres maravilha’. A era do ‘yes, we can!’
Porque a gente acha que pode tudo, acha não, a gente tem certeza! Ah, e não
basta poder tudo, tem que ser tudo, saber tudo, querer tudo, ter tudo.
E tem que
ser ao mesmo tempo e agora! Porque se não for assim não tem graça. Se não for
assim, está errado. Se não for assim estamos falhando. Se não for assim somos
perdedores!
E como
falhar e perder são palavras que não podem fazer parte do nosso vocabulário,
vivemos em constante estado de alerta. Máquinas programadas para vencer, que
quando não conseguem entram em pane, literalmente!
Destrói,
adoece, mata e morre. Porque é melhor isso, que encarar a frustração de frente.
Se olhar no espelho, respirar fundo e dizer: tudo bem, vamos ver o que dá para
fazer com o “tudo” que tenho neste agora.
Sinto isso
muito forte na minha geração, mas quase me apavoro quando vejo as gerações
posteriores. Eles tem ainda mais pressa, menos paciência, menos resiliência e
mais ferramentas para as comparações auto destrutivas.
E viva o
Facebook, Instagram, Snapchat (e outros que nem conheço) que acho super úteis,
mas que quando não usados com moderação...
Que bom
seria se na vida a gente pudesse viver somente os momentos selecionados e ainda
dando uma “editadinha” para que o contraste ou a luz fiquem melhor.
Por aqui
tem para todos os gostos!
O povo vem
para não dar pane; no auge da pane ou numa pausa pós pane!
Para
continuar na busca frenética pelo ‘tudo ao mesmo tempo e agora’ ou para
questionar esse “tudo” e esse “agora”.
O povo vem
cheio de certezas, vem cheio de perguntas, sem respostas... Vem em busca do
equilíbrio perdido...
Enquanto a
gente continuar jogando o jogo da vida acreditando que temos que acumular
peças, papéis, status, vai ser difícil se divertir. Vai ser difícil aproveitar
o de mais belo que cada rodada do jogo pode nos proporcionar. Aprender com cada
movimento, certo ou errado (se é que no jogo da vida existe certo e errado).
Vai ser difícil viver!
Realmente
não dá para querer ter a mesma vida de solteiro depois que casar; ou o mesmo
tempo para o trabalho depois que tem filhos. A mesma pele de 20, quando se tem
40; o mesmo ritmo de “noitadas” da época da faculdade.
Muitas
vezes é muito difícil manter o mesmo estilo de vida quando a gente perde o
emprego, muda de cidade, termina um relacionamento, vivencia uma morte...
Definitivamente
não dá para ter tudo, ao mesmo tempo e agora!
Mas a gente
não aceita isso! A gente sofre, se martiriza, se questiona, se cobra intensamente!
A gente é cruel com a gente mesmo! E o pior, a gente não dá o tempo necessário
para as coisas se ajeitarem, entrarem nos eixos.
A gente não
tem paciência; mete os pés pelas mãos. A gente tem que fazer acontecer. A gente
não pede ajuda, a gente não aceita ajuda. Porque ajuda é para os fracos! Ajuda
é para quem não “dá conta” de tudo sozinho!
Mas sabe de
uma coisa, é libertador quando a gente aceita que não dá conta de tudo sozinho!
Aceita que precisa da família, de um amigo, um terapeuta, um coach, um
“targinha preta”, gritar e chorar, que seja...
Aceita que
a única coisa que continua igual é o tempo e que o mais sábio a se fazer é
deixar a bagagem leve e entender o “tudo” necessário para aquele “agora”.
Se cuida e Let it be!
Lili,que surpresa maravilhosa estas suas cronicas! Tem humor, reflexão, saudosismo, amor. Me apaixonei.
ResponderExcluirSuper beijo e meus mais sinceros parabéns por saber colocar nas palavras tantos sentimentos e vivências.
Oi querida! E que delícia receber sua mensagem, com tanto carinho. Fico muito feliz quando sinto que estou no caminho certo! Um beijo enorme para vc também! ;)
ResponderExcluir"Enquanto a gente continuar jogando o jogo da vida acreditando que temos que acumular peças, papéis, status, vai ser difícil se divertir." Amei! 😍
ResponderExcluirPois é minha querida! O negócio é se esforçar para fazer a "bagagem" ficar o mais leve possível pq para se divertir a gente precisa de mobilidade, de flexibilidade. A gente precisa poder voar! Super beijo ex wonder woman! ;)
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