Hoje foi o
primeiro dia de uma viagem que estou fazendo sozinha (só para lembrar, me
propus a isto quando defini minhas “missões” por aqui). Indo para um lugar que
é unanimidade no quesito beleza, com muito contato com a natureza e com gente
desconhecida, de todas as partes do mundo.
É engraçado
que quando digo para as pessoas (desde a minha mãe até a mocinha da agência de
viagens) que vou viajar sozinha, desperta quase uma comoção. Posso ver (ou
imaginar) as sobrancelhas da pessoa se levantando, a cabeça tombando para o
lado e um sonoro ohhhhh, como quem diz, coitadinha... E realmente acho esse
comportamento no mínimo divertido.
É um
comportamento humano, primitivo, quase bonitinho. Mas sabe a história do
bonitinho mas ordinário? Pois é...
Bonitinho
porque remete ao cuidado (na maioria das vezes), à compaixão (que se bem usada
pode ajudar bastante), à empatia (que para mim é uma arte).
E ordinário
porque nos aprisiona na necessidade externa (que se transforma logo em interna)
de que a gente não é completo sozinho! E acredito que essa “necessidade” pode
ser a causa de muitos “suicídios emocionais” que a gente comete pela vida, em
todos os tipos de relações.
Viajar com
uma amiga querida colocando o papo em dia; com o nosso amor aproveitando as
delícias do lugar; com a família revivendo memórias e construindo tantas outras
são pequenos momentos de felicidade, momentos que se eternizam na nossa memória
(já que agora a gente não revela foto mais).
Mas viajar
sozinho tem muitas preciosidades também...
Quando a
gente viaja sozinho a gente está mais aberto; mais aventureiro; mais corajoso!
A gente não se incomoda em falar com desconhecidos; não se preocupa em ter que ocupar
papéis (muitas vezes por mera formalidade); pode ser mais um no meio da
multidão, sem problema algum.
A gente é o
que é. A gente é o que deveria ser. A gente é livre!
E por estar
sozinha e mais aberta, pude conhecer uma japonesa que me deu o primeiro (espero
de muitos) presentes desta viagem.
Quando
contei para ela que era brasileira, ela perdeu toda a timidez típica dos
japoneses e se empolgou de uma forma que eu não poderia nunca prever. Sorria,
batia palmas e dizia que amava (sim ela disse amava) os brasileiros e o Brasil
(sem nem mesmo conhecer ainda). E isso fez passar um filme na minha cabeça, que
me trouxe um momento de felicidade, que dá aquele calorzinho no peito sabe?
Me lembrei
de quantas vezes durante estes 3 meses eu, como brasileira, fui recebida com
tanto carinho, com alegria, com brilho no olho. Foram muitas, tantas que perdi
a conta.
Canadenses,
Europeus, Asiáticos, os vizinhos da América do Sul. Colegas de sala,
professores, gente que eu conhecia numa festa, num bar. Gente que pedia para eu
mostrar no mapa porque não sabia muito bem onde ficava, que tamanho era o
Brasil e gente que já teve a experiência de passar por lá, seja por um período
curto de ferias, seja para morar. Gente apaixonada pelo brasileiro!
Sempre que
eu posso pergunto o que o brasileiro tem de especial e as respostas me fazem lembrar
e relembrar tudo que a gente tem de lindo, apesar de qualquer coisa de ruim que
a gente possa pensar! E o de mais belo que a gente tem é a nossa liberdade...
A liberdade
de sorrir para qualquer um, na rua, no elevador, na fila do pão. A liberdade de
dar dois beijos (ou um ou três) logo que conhece alguém. A liberdade de carregar
a bolsa de alguém no ônibus. A liberdade de colocar uma pitada de alegria por onde quer que a gente viaje. A liberdade de tentar ser leve, mesmo diante de grandes
problemas...
E depois de
comer mashmallows assados na fogueira e combinar com um grupo de Taiwaneses que
vou ensiná-los a dançar samba, a noite termina com muitas risadas num quarto
dividido com três, até então desconhecidas.
Porque a
gente é livre e a vida é assim, feita destas pequenas delícias!
Ps: A
viagem foi para as Rocky Mountains!
É lindo ver você tão você!
ResponderExcluirLivre e feliz!
Bjs, Gideon
Querido, gratidão por fazer parte da preparação para esta "aventura" que é ser livre e feliz!
ExcluirQue delicia viver tudo isso Lil!!! Continue aproveitando muito!!! E claro, registrando tudo aqui pra gente ! 😉💋💋
ResponderExcluirJú, deixa comigo! ;)
ExcluirUm brinde aos aventureiros que se permitem embarcar sozinhos nessas viagens enriquecedoras, transformadoras e reveladoras! ��✈️❤️��
ResponderExcluirSó quem experimenta sabe, não é mesmo aventureira-mor! :)
Excluir