Tá pra
nascer perguntinha mais “do mal” do que esta... Ainda mais quando vem
acompanhada de uma cara de quase desapontamento e um pensamento não dito (ou
algumas vezes dito): “...mas porque cargas d’água você ainda não tá feliz?”
Mas a m...
fica ainda maior quando a resposta é um redondo, sonoro e insistente: “Não
sei...”
É isso mesmo: E-U N-A-O S-E-I!!!!!!!!!
Levanta a
mão aí quem conhece alguém que largou um salário de 5 dígitos, numa
multinacional e foi viver de fazer cupcakes? Um outro que conseguiu uma licença
e foi fazer trabalho voluntário na África? Ou mesmo alguém que foi morar em
outro país e se ocupa de uma atividade que ninguém (inclusive ele ou ela) poderia
imaginar (tipo aquela amiga que nunca lavou a própria calcinha e vai ser
housekeeper ou nanny)...
A verdade é
que estou cada vez mais convencida de que a gente precisa de muito menos do que
imaginamos para estar feliz. E aqui chamo atenção para o verbo ESTAR, porque
acredito que a felicidade tem variações no espaço e no tempo e que quem procura
a felicidade plena, inabalável, vai encontrar somente nas propagandas de margarina.
Soa surreal para você alguém que troca uma casa
mobiliada, decorada e perfumada por um quarto alugado na casa de alguém que nem
conhece? Ou deixa seu carrinho fofo e confortável na garage e vai pegar ônibus
and metro, duas, quatro, seis vezes por dia? E mais, troca uma situação que domina
completamente (idioma, costumes, lugares, pessoas…) e se joga (de cabeça) numa
situação totalmente desconhecida?
Então…isso descreve bem o meu momento!
Eu não tinha ideia de como seria…
Eu, que adoro ouvir a história de vida por trás das
pessoas, me intrigava e descobria cada vez mais, em cada papo de sala de aula,
mesa de pub ou na espera do metro...
Tenho a sensação que minhas duas primeiras semanas
duraram um mês, de tão intensas que foram. E ainda morro de rir quando lembro
da mensagem que recebi da minha agente/anjo da guarda perguntando se eu “tava
viva” porque eu tinha chegado há dias e ainda não tinha dado notícias.
Eu não tinha ideia de quanta gente eu conheceria…
Conheci gente amando e gente odiando: o lugar, o clima,
as pessoas, a comida, os hábitos…
Gente que chorou todos os dias no início e que agora não
quer mais voltar.
Conheci gente que fez grandes amigos e gente que
entrou mudo e saiu calado.
Gente que aprendeu inglês, aprendeu a lavar e passar,
a pedir ajuda e a se virar sozinho.
Conheci gente que se encontrou e gente que se perdeu, de vez!
Conheci gente que voltou correndo quando um antigo
amor chamou e gente que encontrou novos amores por aqui.
Gente que fugiu…da família; de um amor não
correspondido; de uma graduação que odiava ou de um trabalho que não fazia mais
sentido. Gente que fugiu de si mesmo para tentar se reencontrar.
Mas todas estas pessoas, toda essa gente, independente
da idade, da nacionalidade, do que encontrou ou do que veio buscar, saiu daqui
com a certeza de que é preciso muito menos do que se imagina para sentir o
calorzinho da felicidade no coração.
Basta o sorriso inesperado de um estranho; um abraço
gostoso num dia chuvoso. Ouvir a voz de quem a gente ama ou uma brincadeira de
criança que te relembra a infância.
Basta que a gente se abra e deixe o pouco,
que se torna suficiente para momentos de felicidade, acontecer! Let it be…
Ps1: Essa foto foi tirada em Porteau Cove. Lugarzinho perto de Vancouver que vale muito a pena conhecer!
Se cuida e Let it be!
Me conta aqui gente... E vc, o que precisa para estar feliz?
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