terça-feira, 5 de julho de 2016

E o que mais você precisa para estar feliz???



E o que mais você precisa para estar feliz???
Tá pra nascer perguntinha mais “do mal” do que esta... Ainda mais quando vem acompanhada de uma cara de quase desapontamento e um pensamento não dito (ou algumas vezes dito): “...mas porque cargas d’água você ainda não tá feliz?”
Mas a m... fica ainda maior quando a resposta é um redondo, sonoro e insistente: “Não sei...” 
É isso mesmo: E-U N-A-O S-E-I!!!!!!!!!

Levanta a mão aí quem conhece alguém que largou um salário de 5 dígitos, numa multinacional e foi viver de fazer cupcakes? Um outro que conseguiu uma licença e foi fazer trabalho voluntário na África? Ou mesmo alguém que foi morar em outro país e se ocupa de uma atividade que ninguém (inclusive ele ou ela) poderia imaginar (tipo aquela amiga que nunca lavou a própria calcinha e vai ser housekeeper ou nanny)...

A verdade é que estou cada vez mais convencida de que a gente precisa de muito menos do que imaginamos para estar feliz. E aqui chamo atenção para o verbo ESTAR, porque acredito que a felicidade tem variações no espaço e no tempo e que quem procura a felicidade plena, inabalável, vai encontrar somente nas propagandas de margarina. 

Soa surreal para você alguém que troca uma casa mobiliada, decorada e perfumada por um quarto alugado na casa de alguém que nem conhece? Ou deixa seu carrinho fofo e confortável na garage e vai pegar ônibus and metro, duas, quatro, seis vezes por dia? E mais, troca uma situação que domina completamente (idioma, costumes, lugares, pessoas…) e se joga (de cabeça) numa situação totalmente desconhecida? 
Então…isso descreve bem o meu momento!

Eu não tinha ideia de como seria…
Eu, que adoro ouvir a história de vida por trás das pessoas, me intrigava e descobria cada vez mais, em cada papo de sala de aula, mesa de pub ou na espera do metro...
Tenho a sensação que minhas duas primeiras semanas duraram um mês, de tão intensas que foram. E ainda morro de rir quando lembro da mensagem que recebi da minha agente/anjo da guarda perguntando se eu “tava viva” porque eu tinha chegado há dias e ainda não tinha dado notícias.

Eu não tinha ideia de quanta gente eu conheceria…
Conheci gente amando e gente odiando: o lugar, o clima, as pessoas, a comida, os hábitos…
Gente que chorou todos os dias no início e que agora não quer mais voltar.
Conheci gente que fez grandes amigos e gente que entrou mudo e saiu calado.
Gente que aprendeu inglês, aprendeu a lavar e passar, a pedir ajuda e a se virar sozinho.
Conheci gente que se encontrou e gente que se perdeu, de vez!
Conheci gente que voltou correndo quando um antigo amor chamou e gente que encontrou novos amores por aqui.
Gente que fugiu…da família; de um amor não correspondido; de uma graduação que odiava ou de um trabalho que não fazia mais sentido. Gente que fugiu de si mesmo para tentar se reencontrar.

Mas todas estas pessoas, toda essa gente, independente da idade, da nacionalidade, do que encontrou ou do que veio buscar, saiu daqui com a certeza de que é preciso muito menos do que se imagina para sentir o calorzinho da felicidade no coração.


Basta o sorriso inesperado de um estranho; um abraço gostoso num dia chuvoso. Ouvir a voz de quem a gente ama ou uma brincadeira de criança que te relembra a infância. 
Basta que a gente se abra e deixe o pouco, que se torna suficiente para momentos de felicidade, acontecer! Let it be…


Ps1: Essa foto foi tirada em Porteau Cove. Lugarzinho perto de Vancouver que vale muito a pena conhecer!


Se cuida e Let it be!


Um comentário: