segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Pior que ficar em cima do muro é cair dele!


Aqui no ‘Let it be Lili’ quando eu contei um pouco sobre mim, escrevi o seguinte: “por aqui teremos começo, meio e fim tá bem!? Até agosto estaremos juntos, refletindo bastante, de forma leve e divertida. E quem sabe na próxima viagem (que já tem data e destino) continuamos esse papo... Mas isso vou decidir depois, porque a vida acontece e é impermanente, lembra!?
E porque a vida acontece, é impermanente e a gente quebra o pé, a próxima viagem que já tinha data, destino e parceira (Sol, eu disse que você ia aparecer no Blog), precisou ser adiada, não sei bem pra quando, porque eu vou precisar bastante do meu pezinho para andar os mais de 800km do Caminho de Santiago de Compostela.

Pois bem, eu poderia ficar me lamentando, arrasada porque já tinha projetos relacionados a esta viagem, muito p... da vida porque é provável que eu só possa ir no próximo ano, porque eu já tinha me organizado, já tinha planos e blá, blá, blá... mas eu não estou não, porque se tem uma coisa que aprendi é que lutar contra a realidade é luta perdida. É gastar energia vital para mudar algo que já é fato, muitas vezes já é até passado. Já era, já foi, já aconteceu. Aceita que dói menos!

E como a gente gasta energia tentando fazer milagres...
É um trabalho que a gente não gosta, não vê propósito, não tem futuro.
É um relacionamento que já não existe há tempos, não tem amor, parceria, conexão.
É um amigo (ou não!) que sempre “pisa na bola”, não respeita a amizade, é egoísta. É um estilo de vida que não dá o retorno que a gente precisa, que a gente quer. Já não funciona mais.
Porque vamos combinar né, tem coisas que só milagre mesmo...

Vamos aos fatos: o pé está quebrado; mais uma ou duas semanas de bota; não vai mais rolar o Caminho (pelo menos por agora); meu intercâmbio planejado está chegando ao fim.
O que fazer? Tem um mundo de possibilidades, literalmente!
E ter muitas opções pode ser bom ou ruim, depende de como a gente lida com o medo. Medo de que? Medo de decidir por um caminho e dar com os burros n’água.

O medo é uma emoção primária, isso quer dizer que a gente já nasce com ele e que vai ter que conviver com ele a vida toda, da melhor maneira possível...
É claro que uns convivem melhor, outros sofrem um pouquinho mais, mas a verdade é que o medo pode paralisar sim, principalmente quando a gente precisa tomar alguma decisão.
E todo mundo já sofreu ou vai sofrer desse mal. Uma, duas, trinta, cem vezes...
Pode ser a pessoa mais “safa”, mais sagaz, mais forte e inteligente, vai ter um momento que ele vai chegar, sem bater na porta e a gente vai desejar não precisar decidir nem a cor do esmalte que vai passar (escolhe aí Neidoca, eu confio em você).

Porque ficar “em cima do muro” pode ser muito bom, mas exige equilíbrio.
A gente acha que não, mas também estamos gastando energia (muita, na maioria dos casos) mantendo as coisas como elas estão, quando já deveriam mudar.  Porque não escolher um lado, também é uma escolha.

E algumas vezes, mesmo com o vento soprando forte, gritando no nosso ouvido que o fluir da vida já tem outra direção, a gente está lá agarrado, se equilibrando... Mas tem uma hora, sempre tem essa hora, que o vento é mais forte que tudo e ele vai te “arremessar” para um lado e aí nessa hora a gente entende (ou pelo menos deveria) que pior que ficar em cima do muro é cair dele.

E como não estou podendo cair por aí porque minha cota de osso quebrado já está cumprida, preferi escolher logo o melhor lado para mim neste momento (fico mais um pouquinho por aqui) e me preparar para ele sem perder o presente tentando mudar o passado e usando minha energia para construir meu futuro.


Se cuida e Let it be!



2 comentários:

  1. Puxa, chago saber do pe quebrado, mas se ele impede o Caminho, é porque o caminho é outro.

    Que tudo corra bem! Com carinho, Gideon

    ResponderExcluir
  2. Sem dúvidas! Quando a gente faz perguntas, tem respostas... E neste momento, o caminho é outro certamente! Saudade!

    ResponderExcluir