Observando
os processos de transformação humana, de busca pelo auto conhecimento me deparo
geralmente com três tipos de pessoas: aquelas que estão muito bem obrigada e
acreditam que não precisam gastar energia com isso. Aquelas que buscam, fazem
cursos, leem livros, despendem sim energia, mas focam na teoria e acabam não
conseguindo fazer muito bem a passagem de bastão para a realidade. E aquelas
que conseguem efetivamente usar a teoria, usar um acontecimento, uma
adversidade para se transformar, para mudar o rumo, escolher uma nova direção.
Pois bem, momento
de pausa para responder à pergunta interna que grita, em que grupo estou???
Cada um sabe de si e certamente sabe os porquês de estar num grupo ou em outro.
O que eu
sei bem é que seria bom se fosse fácil... Seria bom se a gente assistisse a um
vídeo, participasse de uma palestra, saísse de uma sessão de terapia com a
fórmula mágica para fazer do limão uma limonada...Mas se transformar não é nada
fácil. Alguns precisam de mais açúcar, menos gelo. Outros gastam mais tempo no
preparo. Tem aqueles que vão aprimorando a “receita” a cada limão que a vida
oferece.
Quando a
gente faz uma viagem transformadora os acontecimentos, as adversidades, os
“limões”, quase que brotam a cada
esquina e a gente tem uma enorme chance de praticar, de exercitar nossa
capacidade de saber a hora certa de agir, de mudar, de insistir e lutar ou de simplesmente
deixar ir... Mas a verdade é que a gente só vai saber se realmente aprendeu, se
realmente se transformou, quando a gente volta. Porque a zona de conforto está
lá no desembarque, esperando a gente de sorriso largo e braços abertos.
Fiz amigos
queridos que já voltaram e tiveram (estão tendo) que enfrentar este desafio de
frente (ou não, escolha de cada um!).
Tem gente
que aprendeu muito, a olhos vistos. Cresceu, amadureceu, se desenvolveu. Mudou
comportamentos, opiniões, até a fisionomia muitas vezes. Recriou conceitos,
remodelou certezas, buscou alternativas. Floresceu!
Outros
talvez vão precisar colher um pouco mais de limão pela vida...
É quase que
como ter um tag na mala que diz se aquela “bagagem” volta pra casa e a gente dá
um jeito de incorporá-la no armário, na vida ou se a gente vai “abandoná-la” na
esteira, para um dia quem sabe voltar para resgatar, porque no fundo a gente
sabe que o que tem ali dentro é um presente da vida (mas nem sempre estamos
preparados para usar!)
A minha
hora está chegando, eu sei. Sei também que pode parecer fácil, mas não é. Os
recomeços são sempre intensos, sempre cheios do “novo”, sempre cheios do
“desconhecido” e isso dá medo! E voltar de uma viagem é sempre recomeçar...
Neste
momento tenho um desejo e uma certeza: o desejo de que a zona de conforto erre
de terminal e não me encontre no desembarque e a certeza de que não vou
abandonar nenhuma “bagagem” na esteira, vou levar tudo comigo. Se vai caber no
meu armário, na minha vida, o tempo dirá.
Se cuida e let it be!
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