Quando olho
no calendário e vejo que hoje é dia 11 de setembro, quase não acredito.
Ainda??? Já fiz tanta coisa que parece que o meu setembro já durou 30 dias...
Mas é uma
sensação boa sabe? Uma sensação de que tudo está acontecendo exatamente como
deveria estar... Diferente daquela que sentia num passado (não muito distante)
quando parecia que os dias iam me engolir, literalmente (e olha que sou do tipo
organizada, planejada, do tipo virginiana, entende?).
Nestes 11
dias viajei de carro, de ônibus, de avião, de ferry. Peguei chuva, frio,
calorzinho, calorzão, até quase cruzei com um furacão. Desbravei cidades
grandes, outras pequenas; reaprendi a andar de metro, me perdi (obviamente!),
mas me encontrei rapidamente (Yo, pode respirar aliviada amiga!). Conheci
lugares lindos, outros clássicos e históricos, alguns inusitados e conheci
muita gente e muitas histórias, só pra variar um pouquinho.
Conheci
pessoas que ficaram (ou ainda estão) sem retornar aos seus países de origem por
anos, muitos anos... Que passaram os últimos aniversários, natais, páscoas,
nascimentos e mortes distante. Algumas vezes passaram sozinhos, outras com a
nova família que fez por aqui, mas sempre com saudade, sempre com uma dorzinha
fina que incomoda no peito.
Essa semana
foi aniversário do meu pai (62 com corpinho de 50) e mesmo eu que já moro longe
da minha família há 7 anos, que já passei aniversários, natais e mortes
distante e que administro bem (eu acho) essa
dorzinha fina, sinto a saudade batendo na minha porta e deixo ela entrar,
porque saudade é uma coisa boa. Ter saudade, é ter a certeza de que o coração
está batendo, de que a memória está funcionando e de que a gente tem história
para contar. Saudade é amor!
Saudade das
minhas avós; das minhas princesas morenas e loiras; da minha mãe contando as
histórias nos mínimos detalhes.
Saudade do
abacaxi docinho que meu pai compra, de ouvir o povo me chamando de Liloca e de
conversar 5 horas com minha amiga-irmã.
Saudade de encontrar
“velhos conhecidos” pela rua; de fazer a unha com minha antiga manicure; de
muitas vezes olhar em volta e ver que nada mudou...
Com esses
anos todos de “estrada” aprendi que melhor que administrar a saudade é garantir
a verdadeira essência do encontro.
Que o natal
pode ser comemorado no dia 15 de dezembro também, já que no dia 25 eu escolhi
estar longe.
Que a vela,
o bolo e o parabéns podem ser virtuais, já que o aniversário caiu na terça e no
dia seguinte tenho reunião às 9 (em outro estado).
Que não
estarei presente no funeral do meu avô porque estou viajando e não vai dar
tempo de chegar; mas fico feliz porque estive presente na vida dele em muitos
momentos inesquecíveis e é deles que vamos nos lembrar...
Porque a
qualidade do encontro, a conexão com o outro e como viver o momento presente é
a gente que escolhe, é a gente que constrói.
E não
importa calendário, distância, tempo, estrutura. Pode não ter dinheiro, não ter
presente, não ter o que falar. Pode fazer 1 mês, 1 ano, 10 anos desde o último
encontro, mas se a gente quiser, vai ser lindo! Vai ser o melhor encontro, o
melhor aniversário, vai ser o melhor abraço, mesmo que seja virtual. Vai ser...
Porque quem constrói o melhor momento sou eu, quem
constrói o melhor momento é você!
Se cuida e Let it be!
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