Não sou
daquelas que fantasia um mundo cor de rosa, acredita em conto de fadas e
varinha de condão, não sou mesmo! Mas também não acho que o mundo é cruel e as
pessoas tem um plano maquiavélico para sacanear quem quer que seja.
Não sou
adepta aos extremos e se tem uma coisa que me incomoda é gente pessimista, negativa,
gente que já levanta da cama “derrotada”.
Sabe aquela
pessoa que tudo, absolutamente tudo (de “ruim”) acontece com ela? E se não
acontecer ela vai dar um jeito para que aconteça... Lembra do desenho do Lippy
& Hardy onde a hiena Hardy sempre dizia: óh céus, óh vida, óh azar...isso
não vai dar certo!!!! É bem esse tipo de gente, com a síndrome da nuvem negra.
É a certeza de que tudo vai dar errado para ela, coitadinha!
Está sempre
cheia de ziquezira; o pneu do carro vai furar; a amiga vai sacanear; vai chover
exatamente no dia em ela saiu sem o guarda chuvas. O namorado vai trair; o
emprego legal não vai sair; a viagem que tinha tudo para ser maravilhosa vai
ser um desastre. Tantos planos, tantas ideias, tanta dedicação, mas nada
funciona pra ela, coitadinha de novo e de novo e de novo.
Não vou
entrar aqui no mérito e falar sobre crenças e profecia auto realizadora, mas se
você é um destes exemplares (desculpe pelo mau jeito, mas penso isso de
verdade!) ou convive de perto com algum, sabe que quando uma m... dessas
acontece (porque vai acontecer para mim, para ela e para você) existe quase uma
comemoração, um “yes, eu sabia” seguido de um sorrisinho de canto de boca.
Então o Universo agradece e faz mais uma, para mostrar o quanto ele entende e
atende você.
É claro que
todo mundo passa por fases mais difíceis, mais sensíveis, mais complicadas,
onde não conseguimos ter muita clareza nem mesmo para separar a realidade da
ficção. Mas para alguns deve ter algo de glamoroso viver sob a penumbra, imerso
no ar pesado, atolado na lama.
Conheço
dois antídotos testados e comprovados (dicas do Let it be). Um deles é contar
uma história ainda pior que a do “azarado” do tipo: “ah, que sorte a sua, pelo
menos ele não te traiu com a sua melhor amiga, como aconteceu comigo”! E o
outro é contar uma história de superação, de força, de vitória, mesmo diante
das adversidades da vida. O objetivo é deixar o sujeito (ou a sujeita) com
vergonha do seu “probleminha” e ver se a pessoa “acorda para a vida” e para de
“mimimi”.
Durante
minha passagem por Boston, conheci uma história que vai entrar para o meu
arsenal de historias para espantar os “Hardy” da vida...
Maria de Fátima
ou se preferir Maria Connor, 70 anos, funcionária de um dos Museus mais
importantes de Boston. Em 5 minutos ela puxou minha orelha porque eu não tinha
guardado a mochila, descobriu que eu sou brasileira e viramos melhores amigas.
Metade do tempo que eu tinha reservado para visitar o museu, “gastei” com ela,
muito bem gastos por sinal.
Há 10 anos
ela foi despretensiosamente para o casamento da filha, gostou do lugar,
resolver ficar um pouco... Não falava uma palavra em inglês, mas resolveu
trabalhar para aprender; começou a ganhar dinheiro e resolver trabalhar mais,
resolveu recomeçar a vida por lá. Aos 60 anos tinha 3 trabalhos e ainda
estudava inglês quando chegava em casa, porque ela era obstinada (palavras
dela). Viúva, queria alguém para compartilhar a vida, começou a namorar, se
casou. Tudo isso em 1 ano... Só 1 ano? Sim, mas intenso, de dedicação, de
persistência, de “mangas arregaçadas”, sem tempo para óh céus, óh vida, óh azar...
isso não vai dar certo!!!!
PS: Esta foto tirei na entrada do Museum of Fine Arts, Boston!
Se cuida e let it be!
Ser sempre "do contra" insistindo em falar a verdade funciona muito pra espantar os mimizentos. Eles param de choramingar só pra não ter que ouvir o que não querem! Rsrs
ResponderExcluirMuito bom Tati! No mínimo a gente mata eles de raiva! ;)
ExcluirA vida simplesmente "acontece" para quem está aberto a aprender, crescer, mudar, viver! Principalmente aos que enxergam oportunidades no lugar de problemas. Ela poderia ter tido um destino bem diferente se, por exemplo, acreditasse que estava velha demais para aprender um novo idioma, encontrar um trabalho em outro país, encontrar um amor... Amei a história da Mary! <3
ResponderExcluirPois é Lê, eu que gosto pouco de histórias, também amei a história da Maria, um exemplo de obstinação! E boa deixar a vida "acontecer" porque ela tá doidinha pra se encher de maravilhas! <3
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